Publicado em:quinta-feira, 10 de agosto de 2017
Postado por Josimar Nunes
Bebê morre no 1º dia, e creche diz em nota que foi 'vontade de Deus'
A escola infantil Casinha do
Saber, de Campinas (SP), onde Emanuelle
Calheiros Maciel, de 4 meses, passou mal e morreu no primeiro dia de aula,
na última terça (8), divulgou nota nesta quinta-feira (10) atribuindo a morte
da bebê "à vontade de Deus". Na declaração de óbito emitida pelo
Instituto Médico Legal, o
legista informa que a criança morreu por "broncoaspiração maciça por
alimento na creche".
A Polícia Civil aguarda o envio
do laudo pela Casa de Saúde para determinar se abre inquérito sobre o caso.
Além disso, segundo apurou a EPTV, afiliada da TV Globo, o Ministério
Público enviou um ofício à Prefeitura para questionar sobre o funcionamento da
unidade, ainda que irregular.
A primeira pergunta que se faz:
por que Deus? Por que com esse anjinho? Por que com a nossa escola? Por que com
nossa equipe? Certamente, pela vontade de DEUS!", destaca nota da escola.
Em seu comunicado oficial, a
escola destaca que não se manifestou anteriormente "por respeito ao pai, à
mãe, aos familiares e a sua equipe, todos atingidos por essa tragédia que vitimou
e causou a passagem prematura da pequena Emanuelle."
"Não havendo palavras que
possam confortar a dor imensurável, com a qual compartilhamos, senão pela fé em
Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo, quem certamente confortará a todos e dará o
merecido descanso à sua alma e ao seu espírito ao lado do Pai Eterno", diz
o texto enviado pela advogada da escola e assinado pela equipe Casinha do
Saber.
Apurações
O caso de Emanuelle Maciel foi
anexado ao inquérito em que o MP apura situação das escolas infantis da rede
privada em Campinas. A promotoria da Infância e Juventude informou que pediu à
administração municipal informações sobre o que será feito para regularizar a
Casinha do Saber.
Na quarta-feira, a Secretaria de
Urbanismo informou que a escola não tinha alvará para funcionar.
Além disso, o MP quer saber se a
administração sabia do funcionamento da unidade, e pede para que no local seja
realizada uma inspeção. O governo municipal tem dez dias para responder.
Em nota, a Casinha do Saber
afirma que "está legalmente estabelecida e possui autorização/alvará para
o exercício de suas atividades".
A unidade de ensino destaca
"o equívoco noticiado ao fato da alteração de endereço, cujo procedimento
administrativo encontra-se na fase final perante a municipalidade local, sendo
certo que após o ocorrido e em razão dele, o local foi vistoriado por um
fiscal, o qual atestou a regularidade e autorizou o prosseguimento de suas
atividades, o que apesar do abalo causado a todos pela fatídica ocorrência, se
esforça em manter".
G1